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PROJETO LEGISLATIVO DE LEI Nº 12/2023.

Publicado: Sexta, 08 de Dezembro de 2023, 18h20 | Última atualização em Sexta, 08 de Dezembro de 2023, 18h20 | Acessos: 63

PROJETO LEGISLATIVO DE LEI Nº 12/2023.

 

 

   Denomina a Unidade de Saúde da Comunidade de Nova Esperança de Parteira Mãe Dalina.

 

 

 

 

O Parlamentar da Câmara Municipal do Assú, Vereador KARIELLE SOARES MEDEIROS NUNES, no uso de suas atribuições que lhe confere, apresenta o seguinte Projeto Legislativo de Lei:

 

O Prefeito Municipal de Assú, no Estado do Rio Grande do Norte.

FAÇO SABER que o PODER LEGISLATIVO aprovou e eu, na qualidade de Prefeito Municipal sanciono a seguinte Lei:

 

Art. 1º -Projeto de Lei que denomina a Unidade de Saúde da Comunidade de Nova Esperança em homenagem a Maria Cidalina da Conceição.

 

 

Art. 2- Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

 

 

Plenário Dr. João Marcolino de Vasconcelos, em 04 de maio de 2023.

 

 

 

 

 

 

 

Karielle Soares Medeiros Nunes

Vereadora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARIA CIDALINA DA CONCEIÇÃO “MÃE DALINA”

UMA DAS PRIMEIRAS PARTEIRAS DA VÁRZEA DO ASSÚ

 

Maria Cidalina da Conceição (Mãe Dalina), nascida na comunidade do Martins (Várzea Histórica) e, depois, naturalizada e enraizada em Nova Esperança, ficou muito conhecida em todo Vale do Açu por ser a melhor parteira da época, segundo relatos dos varzeanos. A caminho de fazer mais um parto, caiu da bicicleta e ficou impossibilitada de andar, passando a usar muletas e, depois, acamada. Mesmo paralítica ainda fazia partos, pois era solicitada por toda a região. 

Maria Cidalina da Conceição é mãe de Luiz Camelo, João Camelo, Leôcio Camelo, Chico Camelo e uma única filha, Elvira, que morava no Rio de Janeiro. Consequentemente, Mãe Dalina é avó de Zé Camelo, importante comerciante da comunidade do Panon I e incentivador cultural da Várzea do Assú. O legado de Zé Camelo como escritor, poeta e promotor de cantorias entra para o mural do povo varzeano como algo a ser mais estudado e divulgado.

Ressaltar a importância de "Mãe Dalina", assim chamada por ser considerada a segunda mãe de toda uma geração da Várzea, é resgatar a identidade varzeana e valorizar o legado de uma mulher que une gerações e aproxima os genes das comunidades de Nova Esperança e Panon I, ambas remanescentes da lendária comunidade do Martins, o maior e mais populosa comunidade da Várzea Histórica e, por consequência, o centro cultural daquela época, dotada de delegacia, pequenos comércios e pequenas indústrias como cerâmica, casa de farinha, etc..

Especialmente num tempo em que o acesso à saúde pública era escassa ou quase inexistente, a "profissão" de parteira era quase hereditária e as técnicas eram repassadas de mãe para filha ou pessoas próximas da "mãe de umbigo", como são conhecidas as mulheres que se dedicam ao nascimento de crianças, usando métodos tradicionais. Mãe Cidalina se classifica nas chamadas "parteiras curiosas" pois, sem formação acadêmica, desenvolveu técnicas capazes de fazer partos complicados com sucesso. O contexto social da época levou Mãe Dalina a criar os filhos com as ajudas que ganhava a cada parto que realizava. Viúva, numa época de fome, muitas vezes o “pagamento” do parto realizado por Mãe Dalina era um punhado de farinha e outro de açúcar, que ela trazia amarrados na ponta da saia para dar aos filhos que a aguardavam em casa. Era o único alimento por dias, até aparecer outro serviço. Assim, Mãe Dalina criou seus filhos legítimos, com quem conviveu até sua morte.

Mãe Dalina sintetiza toda uma cultura de coletividade, como alguém que fez do seu dom um serviço ao povo varzeano assistindo incontáveis partos, auxiliando inúmeras famílias, tomando como "filhos de parto" toda uma geração que encontra em sua "madrinha" uma espécie de matriarca do povo, que traz em seu próprio nome uma homenagem à Padroeira da Várzea, a Imaculada Conceição. Como a maioria do povo varzeano da época, a fé era o farol que guiava as almas neste mundo e Mãe Dalina era um lampejo da presença celeste nesta terra, trazendo à luz inúmeras crianças com suas próprias mãos e abençoando todos aqueles que lhe tinham como madrinha.

 

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